sábado, 12 de setembro de 2009


Adeus, meus sonhos!


Adeus, meus sonhos, eu pranteio e morro!

Não levo da existência uma saudade!E tanta vida que meu peito

Morreu na minha triste mocidade!

Misérrimo! Votei meus pobres dias

À sina doida de um amor sem fruto,

E minh'alma na treva agora dorme

Como um olhar que a morte envolve em luto.

Que me resta, meu Deus?

Morra comigo

A estrela de meus cândidos amores,

Já não vejo no meu peito morto

punhado sequer de murchas flores!


ÁLVARES DE AZEVEDO

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